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  • 11.3.04
    Bombas em Madrid

    O massacre em Madrid deixa-me sem respostas.
    Não só porque me sinto mais abalado - um pouco estupida- e egoisticamente - pelo simples facto de Madrid estar aqui ao lado, ao contrário de Bagdad ou Jerusalém, mas também pelo carácter absurdo desta carnificína.

    Aqui ninguém morreu numa "guerra das civilizações". Também não vale o raciocínio: "Extrema violência é resultado de extremo ódio que é resultado de extrema opressão ou seja resultado de sofrimento."
    Se acredito que a defesa contra o terrorismo passa pela identificação e eliminação das causas, como é que se aplica isso a este caso? Não sou especialmente conhecedor, mas já passei muitas vezes pelo Pais Basco. Não vi lá nada que explicasse (e claro que nunca "justificasse") esta brutalidade.

    Então estamos perante um problema policial?
    Penso que sim. Perante um problema policial muito grave. Mas este caso reforça a minha convicção de que terrorismo não é guerra e que a nossa resposta não pode, não deve mesmo ser guerra. A guerra suspende os nossos direitos e os nossos valores mais nobres, a nossa humanidade. Não façamos guerra. Fazer guerra é fazer o jogo deles.

    Não sei se não teremos que viver, por décadas, com cenas destas. Não sei como contrariar essa violência. Com educação? Já não sei. Há 30 anos a Espanha é uma democracia. O País Basco é autónomo. Para quê é que eles estão a matar?

    Mas apesar de tudo, continuo a insistir, e o massacre aqui ao lado não o põe em causa: Estamos no mundo civilizado. Defendamos essa civilização, com determinação, com sacrifício, mas mantendo a civilizada.

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