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4.3.04
Mies van der Rohe: House Farnsworth Esta é a pior casa do mundo, segundo o Projecto. O que vejo são duas lajes que parecem flutuar no espaço, e entre eles, delimitado por uma fina membrana de vidro, a habitação, que deixa ainda espaço para um grande terraço. Paredes não as há. Existe um corpo de madeira, que não chega ao tecto, que contém os equipamentos mesmo indispensáveis: bancada de cozinha, arrumos, I.S. Para além disso, há um screen (o roupeiro) que junto com o corpo referido, estrutura de forma rudimentar o espaço. Podia dizer-se, se fossem paredes, teriamos um fogo, um T1. Não conheço as condições da encomenda deste projecto, mas sei que Farnsworth era um mecenas e coleccionador de arte, e que esta casa não era seguramente a sua primeira (provavelmente nem a segunda, nem terceira) habitação. Em vez dela, podia ter adquirido mais um Picasso*. O que muitos incomoda naquela casa é que não confere abrigo psicológico nenhum. Mas isto é só a outra face do seu grande fascínio: Poder habitar num espaço contíno, que não está encerrado por paredes. Poder sentir o espaço. E vejam só de que espaço estamos a falar. Um belissimo jardim inglês privativo... Que essa casa não serve como primeira habitação a talvez ninguém, pela promiscuidade acústica e de cheiros entre os seus "compartimentos", pela falta de arrumação e de muito mais, pela exigência de um estilo de vida Zen, não nego. Mas julgá-la por essas lacunas é aplicar um critério que coloca a tão admirada casa Vanna Venturi ao lado da maioria dos prédios da Reboleira. *Também há quem critica os retratos de Picasso para não servir para o B.I.... |
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