$BlogRSDUrl$>
25.3.04
Lembro me do incómodo, da repulsa, que me causou o primeiro encontro com a arquitectura de Giorgio Grassi. Era estudante, e tanto eu como os meus colegas de faculdade tinham o rótulo "arquitectura fascista" rápidamente à mão. (Grassi é ou era, quanto sei, comunista...) Ao mesmo tempo não consegui negar um crescente fascínio pelos seus projectos, que, embora que parecem de não precisar do homem, não são de todo vazios e revelam a segunda e terceira vista uma inesperada subtileza, escondida atrás duma ordem implacável. Assim, esta arquitectura está longe, apesar da dívida assumida para com o arquitecto Heinrich Tessenow - este mesmo fascista - do pathos vazio e foleiro de muitas mãs obras do 3. Reich. Com o tempo perdi a minha mã consciência por gostar não só de Grassi como de obras mesmo de arquitectura fascista. É possivel e legítimo criticar obras de arte em termos políticos e morais, mas não se consegue atingir neles, neste caso, o que lhes confere a qualidade de obra de arte. |
|
||||
|
|||||