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5.2.04
Verdades inesperadas
"Na minha juventude tinha a ideia de que a poesia seria ume espécie de núvem colorida de metáforas e sugestões mais ou menos difusas, que eventualmente podia ser apreciada, mas dificilmente poderia ser associada a uma visão coerente do mundo. Como arquitecto aprendi a perceber, que provavelmente o contrário dessa noção juvenil da poesia se aproxima mais a verdade. Um edifício pode dispor de qualidades artísticas, se as suas formas e conteúdos diversos acabam de encontrar-se numa disposição de fundo, que nos consegue tocar. Essa arte não tem nada a ver com configurações interessantes ou com originalidade. Ela trata de compreensão, de juizo e antes de tudo de verdade. E talvez poesia é a verdade inesperada. O seu aparecimento precisa de silêncio. Dar forma a essa expectativa silenciosa, é a tarefa artística do arquitecto. Porque o edifício em si nunca é poético. Ele somente pode dispor destas qualidades delicadas, que em momentos especiais nos permitem entender algo que nunca antes conseguímos entender assim." (Em Peter Zumthor: Architektur denken) |
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