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  • 20.2.04
    Quando eu morrer, a terra aberta
    Me beba de um trago
    E esqueça.
    Aos deuses minha oferta
    É levar o que trago:
    Eu, dos pés à cabeça.

    Assim, com ervas altas
    Acabam os que começam.
    Que Deus nos perdoe as faltas!
    Dizem: "A terra que nos come":
    Eu digo: "A que nos bebe" - e basta.
    Somos só água que se some:
    Choveu - e fomos
    Na vida gasta.


    (Vitorino Nemésio, in Eu, Comovido a Oeste) c.f. Almocreve das Petas

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