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  • 13.2.04
    Foster em Santos

    Há dias o Tiago do TM&RP desafiou-me (e o Lourenço) de pronunciar-me sobre o arquitecto Norman Foster.
    Nunca me entusiasmou muito a obra de Foster. Tenho, e muito, respeito pelo empresário, que conseguiu montar uma empresa de grande competência profissional em todos os níveis, incluindo o arquitectónico. Gosto do Reichstag, e um ou outro edifício.
    Mas a maior parte da sua produção não me toca. O que será o caso, pelo que vejo, também do projecto para Santos. Não me choca, não me entusiasma. A Torre, emfim, não me tapa a vista, mas não descubro o propósito que o fez nascer. A não ser este: Disse-me, em tempos, um professor meu, que projectou a sede de uma grande empresa alemã: "A torre tem-que ser, quem investe tanto dinheiro quer rever-se em algo que se destaca."

    Agora essa conversa do San Marco é um exemplo acabado de desinformação publicitária. (Recomendo a leitura do que m'A escreveu sobre isto, no GANG.)
    Como este blogue não se dirige só a arquitectos (nenhum arquitecto acaba o primeiro ano do curso sem ter aprendido isso), digo o aqui: A forma sozinha não faz o espaço urbano! (Por isso, a Piazza de San Marco trazido para Lisboa, deixa de ser a Piazza de San Marco...) A forma arquitectónica só é arte, se é a síntese de todos condicionantes do projecto: do programa, do terreno, da vivência do envolvente de agora, da vivência pretendida no futuro, da sensibilidade pessoal do autor do projecto, etc.
    Parece-me, que, lá em Santos, não é disto de que se trata. É um empreendimento imobilário. Será, se avança, projectado por quem sabe o seu ofício. Mas provavelmente não será arte; será talvez, o que não é pouco, como expliquei num outro post ("Well, there is a problem" do 05.02.04), boa construção corrente.

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