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10.1.04
Se dava um filme, faz sentido...
A exclamação "a minha vida dava um livro/filme" não só traduz um desejo de singularidade, de relevância como compensação para a desgraça pessoal. Traduz também - e à um nível ainda mais elementar - o desejo de sentido, que uma narrativa parece conferir à sequência das experiências do exclamante. Talvez o sentido (como emanação da sequência causal) é uma construção que fazemos à posteriori à uma sequência de acontecimentos da nossa vida que na realidade só é temporal. Daí o grande charme da transformação desta frase pelo Avatares de um Desejo em "a minha vida dava um post". Tira o tapete à esta ilusão. Confesso que estou com bastante curiosidade em relação à variante que é "a minha vida dava um blogue", que estou a experimentar neste momento, no meu próprio caso. Será que vou reconhecer, quando um dia no futuro releio o Quase em Português algo mais do que um número de posts avulsos? P.S.: Não sou muito bom a elogiar, sinto sempre uma certa timidéz. Mas tenho que dize-lo: O Avatares de um Desejo é mesmo muito bom! Inteligente, sóbrio e poético. E ainda por cima muito honesto. Pronto. Custou, mas está dito. |
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