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  • 8.12.03
    Re: Hiroshima sem Amor

    O Terras do Nunca está chocado, muito justamente chocado, com a exposição da Enola Gay, do avião que lançou a bomba atómica sobre Hiroshima. Sem enquadramento, sem explicações.

    Acredito que há militares que odeiam matar. Que odeiam a guerra. Que exercem a profissão por um sentido de dever, com a nobre intenção de proteger os seus (no sentido mais lato). Com humanidade. (Bem... isso já não sei, mas não queria enveredar por aí.)
    Mas o que nunca vi, é um militar que não tem um fascínio por armas. Um fascínio que compreendo, porque eu próprio não estou completamente livre dele. Tento defender-me dele, e estou muito, mas mesmo muito longe de ser um fetichista de armas. Mas sinto este fascínio, reconheço. E os meus filhos ainda!
    Quando sentimos o fascínio, não imaginamos os outros a morrer, não vemos pessoas a contorcer-se na dor. Não vemos mães a chorar os seus filhos. Estamos fascinados, estupidamente.

    A indignação do Terras do Nunca é justa. Partilho-a. Sem reservas.
    Mas a Enola Gay não é Hitler. Hitler é muito pior. É uma outra dimensão do Mal.

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