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  • 23.11.03
    "Qui parcit virge, odit filium."

    Ainda ontem escrevi que achava provável, que o conjunto de valores que partilho com João Pereira Coutinho, é muito grande.
    Não é prova em contrário, mas hoje tenho que ler no seu site, à propósito do conflito na Universidade Coimbra, uma referência aos clássicos:
    "Qui parcit virge, odit filium." ("Quem a vara poupa, os filhos estraga.")

    Ora essa frase não é mais verdade por ter dois mil anos ou ser em latim. Pelo contrário, a sua citação é hoje muito mais estúpida do que a sua invenção numa sociedade, na qual era geralmente aceite de torturar prisoneiros de guerra até a morte para o gaudio público, a escravatura uma normalidade incontestada tal como o direito do patriarca de dispor como entende sobre a vida e morte dos seus escravos e filhos.

    Aí está um belissimo exemplo do conservadorismo do tipo dois, que atràs referi.

    P.S.: Este comentário não é nenhuma tomada de posição sobre o conflito das propinas e a questão se o reitor da Universidade de Coimbra devia ou não chamar a polícia. Não é um assunto de que acho que com este também eu me ainda devo preocupar. Por acaso, a única explicação que encontro pelo enorme espaço que este ocupa na blogosfera, é que devem ser tantos os docentes universitários que aqui escrevem, cujo campo de visão, pela sua próximidade com os acontecimentos, é ocupado em demasia por um assunto de proporções objectivamente muito menor.

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