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  • 26.11.03
    Para falar de Arquitectura

    Hoje li o artigo da Helena Roseta no Público.
    Tem razão em tudo que diz. E amanhã começa o 2º Congresso da Ordem dos Arquitectos.
    Porquê não tenho dito nada sobe isso no blogue? Porquê é que sempre quando abro a minha boca para falar das condições da arquitectura em Portugal e das condições em que os arquitectos exercem a sua profissão, fecho o logo a seguir e fico calado?
    Porque sei, por experiência, que é quase impossível de explicar a uma pessoa fora do ramo o que é ser arquitecto -em exercício - e que, se porventura uma acaba de acreditar parcialmente no que digo, me toma por um simples maluco ou - pior mas talvez mais aceradamente - por um incorrigível idealista com manias de artista, por não como qualquer pessoa com o mínimo de bom senso já ter mudado de profissão.
    Assim aprendi não maçar as pessoas com lamúrias.

    Mas às vezes não se pode ficar calado:
    Aconteceu-me há uns anos atrás que uma assistente social, cuja tarefa era apreciar candidaturas à bonificação de propinas do infantário, onde ou meu filho andava, recusou a nossa por simplesmente não acreditar na declaração IRS nela incluida. Não conseguia acreditar, que uma pessoa com curso superior, profissional liberal e então não desempregada, não ganhava pelo menos o mesmo que ganha qualquer funcionário público com equivalente formação!
    Mas era mesmo verdade.

    Só não está a vista a miséria dos arquitectos porque a solução para muitos de nós é ser as duas coisas, funcionário público com ordenado e reforma garantidos, e profissional liberal nos tempos livres; ou, quando as condições de trabalho no emprego público o permitem, profissional liberal ao tempo - quase- inteiro e funcionário público nos tempos que sobram.

    E aqui já se cruza (como em vários outros pontos) o problema individual de ter escolhido uma profissão que não tem - salvo excepções - reconhecimento monetário adequado, e o problema de Portugal ter uma arquitectura e um urbanismo actual para qual - também salvo excepções - não me atrevo escolher um adjectivo.

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